O MUNDO GLOBAL VISTO DO LADO DE CÁ — MILTON SANTOS

Tenoch Yakecan
4 min readNov 30, 2023

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ANÁLISE SÓCIO-HISTÓRICA

A interpretação da globalização mundial por Milton Santos expressa as diversas facetas do processo no mundo atual, juntamente colocando em evidência as retóricas da globalização como fábula ou perversidade.

O “lado de cá” é o terceiro mundo e as pessoas dentro do mesmo em condição de exclusão, qual é potencializada pelo processo da globalização. Expressões da questão social tomam novas formas mais abrangentes e demonstram a globalização como perversidade. As manifestações vigentes da questão social atual é proveniente da história das sociedades. O declínio da abordagem humanista foi trocada pelo consumo, fundamentalismo, progresso e individualismo. Assim, causando o desmonte do estado de bem estar social com essa proposta libertária. O Terceiro mundismo atualmente se atrela a definição de dependência do neocolonialismo.

O Consenso de Washington foi uma manobra política e econômica direcionada a América Latina com enfoque em estimular o desenvolvimento capitalista e a ampliação do alcance neoliberalista. Qual pode ser julgado como desnecessário e longe de suficiente estimular o crescimento do sul. Colonialismo e imperialismo não pagaram suas dívidas com o terceiro mundo aos se “retirarem”, os capitalistas estrangeiros criminais deixaram sua bagunça e depois tentaram voltar como pacifistas e fiscais da democracia. A CIA instalava os governos latino americanos e decidia o curso politico e econômico. Uma hegemonia do norte que não se contenta com seu próprio povo e território. A ditadura e o neoliberalismo que assombrar a América Latina são devido as jogos do norte devido a importância e força de seus estado nacionais. O sul será o norte caricato e repetir os mesmos erros da sociedade de consumo que tem seus modos de vida impostos, seguindo cegamente o globalitarismo.

A globalização tira a capacidade de união e organização, empobrecendo a classe média e tirando a chance da classe pobre. O norte demonstra sua hegemonia em todos os aspectos da vida dos terceiros mundistas, principalmente nos produtos importados, que as vezes são a única opção. Esse consumo beneficia o norte que explora os produtos brutos sul, os refina e vende para o próprio sul por mais caro. Usando sua influência para barrar qualquer movimento de independência mercantilista. A nova divisão internacional do trabalho escolhida para servir as necessidades do norte. O desemprego crescente crônico, a falta da qualidade de vida, trabalhar mais com menos direitos ainda pairam sobre os ares latinos.

O território de um povo é sua matriz da vida social, econômica e política. A globalização trouxe ideias de venda ou tomada da Amazônia brasileira por outras nações, com justificativas de nossos governos serem frágeis e instáveis demais para reger tal patrimônio — sendo que essa instabilidade é proveniente das nações que fazem tais declarações. As ações sem responsabilidade das grandes empresas que privatizam e desorganizam os territórios, poluem e despem as riquezas naturais. A exploração de mão de obra no terceiro mundo quando há a transferência das fábricas de perversidade, utilizando a disponibilidade de trabalhadores para pagá-los cada vez menos para trabalharem cada vez mais. Vendo o desemprego como uma condição momentânea que serve para mais globalização, a pobreza tratada com naturalidade, que será curada assim que as classes trabalhadoras se esforçarem mais. A questão da fome não é ligada a produção mas distribuição, uma culpa proveniente de como organizamos a sociedade, com a simples decisão estabelecida que alguns não devem comer. O fato de que há espaço para governos e indústrias se sentirem no direito de direito de gerar a privatização de patrimônios da humanidade, como a água. Como são erguidos muros protegendo o capital, enquanto refugiados morrem e são explorados. Um sistema político corrompido em que abandonamos a civilização em prol do crescimento econômico abrindo espaço para a barbárie que custa vidas. O centro do mundo é o dinheiro puro pela geopolítica feita pelos economistas, seguida pelos estados e imposta pela mídia. Qual serve de intermediação e que não parte da próprio, afetada pelo poder de agentes internacionais da informação com o mundo da produção e finanças que a controla de maneira eficáz a interpretação do transparece.

A Globalização também é luta, uma demanda que vem de baixo para trazer liberdade. Usar a tecnologia e informação como ferramenta para os movimentos dos grupos excluídos utilizarem em seus próprios termos, uma libertação de comunidades historicamente controladas. Compartilhar com o mundo de seu ponto de vista, indignação de não ser representado e estilo de vida. Se apropriar da cultura de massa, fazer a globalização que oprime ser a mesma que da oportunidades, identidade e nome as pessoas. A solidariedade como expressão econômica e política, contra a produção da violência. Fenômenos de baixo criam cultura, política, coletividade e resgatam a memória do grupo. A exposição do cotidiano do excluído é uma forma de ver e lidar com o mundo proveniente onde se está.

Nosso Norte é o Sul Joaquin Torres García (1874–1949)

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